Beatriz Milhazes
(Rio de Janeiro RJ 1960)
Pintora, gravadora e ilustradora. Ingressa no curso de comunicação social na Faculdade Hélio Alonso, no Rio de Janeiro, na década de 1970. Forma-se em 1981 e, em paralelo, realiza sua formação em artes plásticas na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV/Parque Lage) no período de 1980 a 1983. Além da pintura, dedica-se também à gravura e à ilustração. De 1995 a 1996, cursa gravura em metal e linóleo no Atelier 78, com Solange Oliveira e Valério Rodrigues (1953). Atua como professora de pintura até 1996 no Parque Lage. Em 1997, ilustra o livro As Mil e Uma Noites à Luz do Dia: Sherazade Conta Histórias Árabes, de Katia Canton (1962). Participa das exposições que caracterizam a Geração 80 - grupo de artistas que buscam retomar a pintura em contraposição à vertente conceitual dos anos de 1970, e tem por característica a pesquisa de novas técnicas e materiais. Sua obra faz referências ao barroco, à obra de Tarsila do Amaral (1886-1973) e Burle Marx (1909-1994), à padrões ornamentais e à art déco. A partir dos anos 1990, destaca-se em mostras internacionais nos Estados Unidos e Europa e integra acervos de museus como o Museum of Modern Art (MoMa), Solomon R. Guggenheim Museum e The Metropolitan Musem of Art (Met), em Nova York, do Museo Reina Sofia, em Madrid, entre outros.
Comentário crítico
Na opinião do crítico Frederico Morais (1936), Beatriz Milhazes revela, desde hublot replica o início da carreira, a vontade de enfrentar a pintura como fato decorativo, aproximando-se da obra de artistas como Henri Matisse (1869-1954). Interessa-se pela profusão da ornamentação barroca, sobretudo pelo ritmo dos arabescos e pelos motivos ornamentais presentes na obra de Guignard (1896-1962).
Suas obras da década de 1980 revelam uma tensão entre figura e fundo, entre representação e ornamentalismo. Posteriormente, faz opção por uma pintura de caráter decididamente bidimensional. A artista revela sensibilidade no uso da cor, como nas obras O Príncipe Real (1996) ou As Quatro Estações (1997). Na tela Mares do Sul (2001) estabelece um jogo com o gênero da paisagem. Em trabalhos mais recentes, utiliza constantemente formas como estrelas e espirais e as cores tornam-se mais luminosas, como em Nazaré das Farinhas (2002).
A artista trabalha frequentemente com formas circulares, sugerindo deslocamentos ora concêntricos ora expansivos. Na maioria dos trabalhos, prepara imagens sobre plástico transparente, que são descoladas, como películas, e aplicadas na tela por decalque. Aglomera as imagens, preenchendo o fundo e retocando a imagem final. Os motivos e as cores são transportados para a tela por meio de colagens sucessivas, realizadas com precisão. A transferência das imagens da superfície lisa para a tela faz com que a gestualidade seja quase anulada. A matéria pictórica obtida por numerosas sobreposições não apresenta,replica watches entretanto, nenhuma espessura: os motivos de ornamentação e arabescos são colocados em primeiro plano. O olhar do espectador é levado a percorrer todas as imagens, acompanhando a exuberância gráfica e cromática presente em seus quadros.
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