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Diô Viana

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Caminante, no hay camino
se hace camino al andar

Santarém, Rio de Janeiro, Paris, Campinas, Brasília, México: esse, ao menos até o momento, é o percurso de Diô Viana. Artista brasileiro nascido na cidade de Santarém, no Estado do Pará, desde menino estabeleceu uma relação muito íntima com a floresta amazônica. Em companhia dos amigos de infância costumava fazer verdadeiras incursões floresta adentro sem ao menos imaginar que essa vivência iria influenciar profundamente a sua produção visual anos mais tarde.

Diô Viana faz parte de uma classe de artistas à qual denomino ‘andarilha’ e é por isso que me apropriei dos versos do mais famoso poema de Antonio Machado para compor esse texto. Diô possui muitos quilômetros percorridos, diversas texturas, cores, sombras e luzes já vistas e sentidas, muitos espaços tornados afetivos. Sua Amazônia pueril transformou-se numa ‘floresta do mundo’. Agora ela é uma paisagem híbrida resultante do cruzamento de diversos odores, sons, temperaturas e mat(r)izes adquiridos no decorrer dos percursos. Cada nova parada modifica seu olhar e, consequentemente, seu trabalho ganha e perde elementos, evidenciando, assim, a transformação constante em sua produção visual.

“Caminante son tus huellas
El camino nada más;
caminante no hay camino
se hace camino al andar.
Al andar se hace camino
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar”

Certa vez, quando Diô mudou-se para o Rio de Janeiro, o artista Dionísio Del Santo lhe disse: “(...) cor a gente não ensina, a gente descobre! Porque as minhas cores são as minhas cores, as tuas cores são as tuas cores”. E Diô descobriu, sim, as suas cores. São as cores de Santarém que se misturaram às do Rio de Janeiro, Paris, Planalto Central e às de outros lugares já vivenciados. Quais serão as cores, odores e sabores que o México agora lhe reserva?
 
Além de pintor, desenhista e gravador, ele é também um impressor profissional que atuou junto a importantes artistas brasileiros, dentre eles Marília Rodrigues e Fayga Ostrower. “Todo gravador deveria saber um pouco de impressão. Saber explorar os potenciais de expressão da própria placa. Isso é bem importante. Você pode interferir de maneiras diferentes e acrescentar coisas na placa para enriquecer uma gravura”, declara Diô.

Sua gravura carrega um “fazer” e um “pensar” muito específicos e que, em parte, somam à sua produção gráfica um caráter também pictórico. Com a maturidade poética adquirida depois de tanto caminhar, Diô Viana se permite experimentar materiais e suportes e exercitar procedimentos que extrapolam preocupações puramente técnicas presentes na gravura tradicional. O artista procura explorar ao máximo o potencial de expressão de uma matriz em busca de uma visualidade gráfica significativa.

Manoela Afonso*


* Licenciada em Artes Plásticas e pós-graduada em Fundamentos do Ensino da Arte pela Faculdade de Artes do Paraná; Mestranda em Cultura Visual pela Universidade Federal de Goiás
(www.manoelaafonso.zip.net).
 

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