De 27/8/2011 a 4/10/2011
Gravura Brasileira: Novas Aproximações
coletiva de artistas
galeria Gravura Brasileira
Ana Kesselring
Andréa Tavares
Armando Sobral
Arnaldo Battaglini
Augusto Sampaio
Christy Wyckoff
Cláudio Mubarac
Cris Rocha
Edith Behring
Edith Derdyk
Eliana Anghinah
Ernesto Bonato
Florian Foerster
George Gutlich
Jacqueline Aronis
Jerome Cornet
Kika Levy
Laerte Ramos
Margot Delgado
Marisa Hypólito
Nina Kreis
Paulo Carapunarlo
Raquel Kogan
Renata Basile da Silva
Renina Katz
Sheila Goloborotko
Thomas Ianelli
Tomie Ohtake
Ulysses Boscolo
Vicente Kutka
exposição organizada pela Galeria Central - Fernando Zelman e Danilo Blanco
curadoria - Cecira Armitano e Eduardo Besen
exibição do Projeto "O que é uma Gravura" executado pela Espaço Atelier - Cris Rocha e Kika Levy
abertura:
27 de agosto de 2011, 15 às 19hs
até dia 27 de setembro de 2011
galeria da Aliança Francesa
av. Santo Amaro, 3921 f.11.5561.4615
“O que é uma gravura?”
é um projeto elaborado por Cris Rocha e Kika Levy que propõe exposições de gravuras aliadas a atividades didáticas e oficinas.
Gravuras e textos:
Cris Rocha e Kika Levy
www.espacoatelier.com.br
espaco-atelier.blogspot.com
Projeto realizado com o apoio do Governo de São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura – Programa de Ação Cultural de 2010
PONTA SECA
É um processo direto, de desenhar riscando com uma ponta de aço a placa de metal. Desta forma, criam-se linhas com rebarbas. A variação de pressão exercida pela mão cria diferentes profundidades na gravação e, consequentemente, diferentes tonalidades na estampa, já que encavos mais profundos guardam maior quantidade de tinta.
Como as rebarbas também guardam tinta, a linha da ponta seca, ao ser impressa, resulta aveludada. A aproximação dos riscos, como também o número de cruzamentos, faz aparecer negros intensos. A desvantagem deste método é o desgaste a cada impressão que resulta numa tiragem reduzida.
BURIL (talho doce)
A gravura em buril tem um caráter de grande pureza, com uma linha muito limpa e precisa. O buril é uma ferramenta formada por uma barra de aço temperada, de forma prismática ou cilíndrica. Possui uma ponta cortante com a qual se entalha o metal. O buril remove inteiramente a porção do metal talhado sem deixar rebarbas.
ÁGUA TINTA
Esta técnica permite obter manchas com variações tonais, pois cria-se uma retícula após a aplicação de uma resina sobre a placa, a qual é, posteriormente levada ao ácido.
A resina em pó (breu ou asfalto) é depositada sobre a placa, que depois de aquecida, faz o breu aderir à superfície. Aplica-se o verniz nas áreas que se desejam brancas. O mordente atua apenas sobre o metal exposto, entre as partículas da resina, produzindo diferentes tons proporcionais ao tempo de exposição.
Durante este processo é possível isolar áreas já suficientemente gravadas para criar novas tonalidades. Trata-se de um processo extremamente delicado.
PROCESSO DO AÇUCAR
É uma técnica que permite um desenho livre e espontâneo.
Desenha-se com pincel sobre a placa, usando guache ou nanquim saturado de açúcar. Depois de seco, aplica-se verniz e mergulha-se a placa em um recipiente com água quente que, ao derreter o açúcar, faz com que o verniz solte nas partes desenhadas. Desta forma, só as áreas abertas ficarão expostas à corrosão. Como na água tinta, aplica-se a resina antes de submeter a placa à ação do mordente.
MANEIRA NEGRA
A maneira negra, ou mezzotinta, consiste em trabalhar a superfície da chapa com o berceau, formando uma superfície áspera e uma espécie de retícula capaz de reter a tinta de impressão e resultar numa cópia inteiramente negra. Depois a chapa é trabalhada com o brunidor e raspador, que vai rebaixando essa textura com maior ou menor intensidade, obtendo assim, as nuances de luz contrastando com o negro profundo e aveludado. Trata-se de uma gravação muito delicada que não permite uma grande tiragem.
ÁGUA FORTE
Neste processo a gravação é resultado da ação de mordentes (ácido nítrico ou percloreto de ferro, por exemplo) que corroem o metal. A superfície do metal é coberta com um verniz (resinas e ceras) resistente ao ácido. O desenho das linhas é feito com uma ferramenta de ponta metálica que retira o verniz.
A chapa é mergulhada em um recipiente com mordente que ataca as linhas expostas gravando sulcos. Quanto mais tempo, mais profunda será a gravação. Devido aos diferentes tempos de exposição ao mordente, é possível obter uma variação de linhas em uma gravura. Após a gravação, o verniz é removido e a placa é entintada e impressa.
PROCESSO DO LAVIS
Tem a particularidade de se aproximar dos valores da aguada ou da aquarela. Consiste em aplicar pinceladas de ácido sobre a chapa com resina (breu). A gravação é interrompida quando se lava a chapa. Repete-se a operação para obter valores mais escuros.
VERNIZ MOLE
É um verniz que depois de aplicado sobre a placa, não seca completamente. Pode-se usar esta técnica para captar texturas ou o frescor de um desenho.
Depois de preparar a placa com verniz, coloca-se um papel fino sobre o qual se desenha com um lápis duro, médio ou mole. Com a pressão do lápis, o verniz gruda no papel sobreposto, expondo as áreas riscadas que adquirem a textura do papel e do lápis utilizados. Coloca-se então a placa no mordente como na água forte, que gravará as áreas expostas.
O tempo de exposição ao mordente exige muita experiência.
Pode-se gravar texturas de tecidos, flores e folhas. Coloca-se o material escolhido sobre o verniz, passando-os na prensa com uma leve pressão e mergulhando no mordente.
Xilogravura
Técnica na qual se utiliza a madeira como matriz. Consiste em trabalhar sobre ela com ferramentas de corte (buril, goiva, formão ou faca). A tinta é aplicada na superfície da madeira com um rolo de borracha. O papel é pressionado sobre a matriz. As partes brancas corresponderão àquilo que foi cavado, enquanto as áreas de cor, às superfícies.
A construção dos meios tons se dá principalmente pela variação nas tramas. A impressão pode ser feita com uma colher de madeira ou prensa. No caso da xilogravura colorida, existem várias possibilidades de impressão.
A natureza da imagem determina a escolha do corte (fio ou topo) e da madeira como matriz. No lugar de madeiras maciças, podem ser usados compensados, aglomerados e em borrachados. Mas, o princípio é o mesmo da xilogravura. É o caso do linóleo que adquiriu notoriedade a partir das experiências de Picasso.
Litografia
A litografia foi inventada por Senefelder em 1798. O princípio da lito é baseado na repulsão entre água e óleo. Pode-se dizer que das técnicas de gravura é o processo mais direto, no que
diz respeito ao desenho.
A imagem é desenhada diretamente numa pedra calcária porosa, utilizando materiais gordurosos como touche, lápis e crayons litográficos. A pedra é então processada quimicamente criando, nas áreas desenhadas, um filme capaz de atrair gordura. Durante a impressão, a pedra é umedecida antes de ser entintada com tinta oleosa. A tinta só adere nas áreas desenhadas por serem gordurosas, mas não no restante da pedra que permanece umedecido. Imprime-se com o auxílio de uma prensa. Ao adicionar a prensa litográfica um cilindro de borracha capaz de inverter o que estava gravada na pedra, nasce a impressão offset (literalmente, “fora de lugar”), o processo de impressão mais difundido na indústria gráfica.
Serigrafia
A serigrafia é baseada em um dos procedimentos gráficos mais antigos, o estêncil, que nada mais é do que uma máscara que veda a passagem da tinta preservando os brancos. A tela (matriz), normalmente de poliéster ou nylon, é esticada num bastidor de madeira ou alumínio.
A função da tela é fixar a máscara e, para cada cor é necessário uma tela. A gravação da imagem se dá pela exposição da tela numa fonte de luz ultravioleta. A tela já deve estar sensibilizada com emulsões fotossensíveis, contendo a imagem que se quer gravar (normalmente impressa ou desenhada em alto contraste num filme transparente). Para imprimir, a tela gravada é colocada sobre a superfície de impressão e com um rodo de borracha, a tinta é puxada e pressionada através da trama do tecido. A serigrafia oferece a possibilidade de imprimir em dimensões variadas e em superfícies diversas tais como: vidros, metais, madeiras, plásticos, tecidos entre outros materiais.
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