Gravura Brasileira

Jacques Jesion

Jacques Jesion

De 9/3/2024 a 20/4/2024

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GRAPHOS PICTÓRICOS

09 Março - 20 Abril 2024

 

Ao abordar as reflexões de Charles Baudelaire sobre a cidade de

Paris, Walter Benjamin cunharia a seguinte expressão: fazer

botânica do asfalto. De fato, no contexto do século XIX, a cidade

de Paris estimulava os passeios do flâneur - persona criada pelo

poeta francês — pelos bulevares e galerias.

Situação diferente vivemos nesses tempos em que o

recolhimento se fez necessário e que a cidade se tornou uma

abstração, somente entrevista a partir das janelas de nossas casas

ou apartamentos. E se já estamos um pouco mais distantes dessa

experiência, ela se manifesta nas poéticas dos artistas

contemporâneos.

É assim que percebemos o trabalho de Jacques Jesion, artista que

encontrou um meio de compartilhamento de suas especulações

no domínio de técnicas múltiplas: a re-elaboração de uma cidade

a partir da constante investigação que teve como um ponto de

referência, o seu ateliê. Nessa direção, seu olhar nos faz recorrer a

Hitchcock em seu Janela Indiscreta.

G R A P H O S P I C T Ó R I C O S

Graphos Pictóricos presentifica os gestos realizados para a

gravação no metal, os ruídos e a agitação que nos remetem à

persistência do urbano. O aspecto bebido na tradição pictórica

nos faz contemplar os contrastes, a paleta de cores sóbrias bem

como uma manifestação do horizonte.

A opção do artista em conferir tridimensionalidade à sua proposta,

termina por nos estimular a procurar ver – mesmo que nos dê

vontade de tocar! – as facetas que compõem a elaboração que ali

foi realizada. Quantas são as perspectivas possíveis para a

percepção do que Jesion nos oferece? Inúmeras, uma vez que

adentramos a produção do artista a partir do seu olhar, do que

ambicionou gravar, bem como através do que é tangível.

Graphos Pictóricos é uma oportunidade para que nos

reconciliemos com o urbano, naquilo que ele dispõe de estranho e

atraente.

E é também um convite para que voltemos a flanar.

 

F E R N A N D O A M E D

Prof. Dr. Bacharelado em Artes Visuais: Gravura, Pintura e Escultura do Centro

Universitário Belas Artes de São Paulo.

 

 

 

 

 

No verão um drone desenha, rabisca sobre o azul profundo.

Peixes pulam e o algodão já está alto.

Luzes piscam como a formiga gigante do planetário, abóbada

celeste próxima e longe.

Trompe-l`oeil apontando para a lua. Confunde-se o vaga-lume

perto ou uma espaçonave longe em qualquer direção.

Desta janela, a única paisagem possível.

O ascensor soa palavras graves e agudas como o trompete de

Miles.

A garota declama seu primeiro poema. O garoto dança RAP no

quarto 3 x 4 e a massagista se abana nos 38 graus de São Paulo

S.A.

Fachadas em qualquer direção.

Desta janela vê-se: encontros e descoincidências.

A cidade muda de cor, como um coelho tentando transformar-se

em homem.

Desta janela vê-se: uma ponta úmida e seca, a metalúrgica e a

linha Fábrica - Pinheiros.

Itinerâncias de memórias.

 

JACQUES JESION

Janeiro de 2024

 

 

 

 

 

 

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