Gravura Brasileira

“Gravuras“ – Ana Calzavara e Teodoro Dias

Ana Calzavara (Campinas, 1971)
Teodoro Dias (Poços de Caldas, 1954)

Ana Calzavara vai apresentar sua produção recente de xilogravuras impressas sobre papel japonês com imagens do mar em grandes dimensões.

Teodoro Dias irá mostrar um painel de 180 gravuras de dimensões 16,5x16,5cm intitulado “os Dias”.

 

Texto de Ana Calzavara sobre a exposição:

“DISTÂNCIAS

Rolex Replica Watches  A fluidez e a impermanência da água em suas formas e reflexos, suas imagens e sua materialidade, significam o meio e o percurso deste trabalho. Seu movimento contínuo – contornos , rugas, ondulações – constitui, para mim, uma metáfora do tempo.
Ao gravar, singrando a goiva na madeira, pensava também nas proas dos barcos em forma de v, abrindo caminho nas águas. Veios da madeira, veios d’água. Superfícies que se comunicam.
A chuva no mar. Perdemos a nitidez das coisas. A linha do horizonte esvai-se, fundindo mar e céu. Distâncias.
E mesmo quando a água não se faz presente nas imagens de modo concreto, ela norteia os possíveis significados que delas possam emergir – múltiplas e diferentes perspectivas, aquilo que nos escapa.
Talvez, tudo tentativa vã; posto que contraditória – afinal, nascida do desejo de apreender seu caráter transitório.”

 


Texto de Teodoro Dias sobre a exposição:

OS DIAS

Dias após dia,
Bom dia ou o azedume do dia,
Dia claro ou cinzento,
Dia luminoso, de sol sem nuvens,
Ou ainda o corredor escuro que leva à noite.
Um dia de não fazer nada,
Outros dias de matar,
Ou (Deus nos livre!) o dia de morrer.
Dia sem mais,
Dias de solidão,
Dias de visita e casa cheia,
Um dia sem parar,
Outro dia para parar.
Certos dias rever, outros reviver,
Amar todos os dias,
E nem todos os dias amar.
Todas as horas do dia para pensar,
Um pouco para refletir,
Enfim, viver cada dia, diariamente