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Sergio Niculitcheff

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Sergio Niculitcheff

 

18-02-1960 

Local de nascimento:(Brasil / São Paulo / São Paulo)

Atualizado em: 01-11-2017

 

 

 

Biografia

Sérgio Niculitcheff (São Paulo, São Paulo, 1960). Pintor, desenhista, professor. Entre 1975 e 1977, estuda no Instituto de Artes e Decoração (Iadê). Frequenta, em 1978, o Ateliê de Gravura da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), onde é aluno de Evandro Carlos Jardim (1935). Em 1980, licencia-se em Educação Artística com especialização em Artes Plásticas, pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Entre 1981 e 1982, viaja para a Europa, principalmente França e Espanha, onde participa de exposições e mantém contato com Leonilson (1957-1993) e Luiz Zerbini (1959). Em Paris, é auxiliar do artista Piza (1928), na Galeria Bellechase. Sua primeira exposição individual ocorre em 1985, em Curitiba. Obtém em 2004 o título de mestre em artes visuais pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp). Desde 2007, ingressa no doutorado em Artes Visuais na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Desde então, Niculitcheff já expôs em São Paulo, Campinas, Belém do Pará, Freiburg (Alemanha), Rio de Janeiro e Brasília, entre outras cidades.

 

 

Análise

O significado da pintura de Sérgio Niculitcheff decorre, em grande medida, do efeito enigmático resultante de tirar objetos cotidianos de seu contexto: colchão, escada, livro etc., enfim, uma variedade de coisas presentes em nosso dia a dia figuram no centro da tela, pairando sobre um fundo neutro, homogêneo. Tal descontextualização, porém, não deve ser entendida como simples alienação, pois não se trata de apartar um objeto de seu ambiente apenas para negar-lhe a rede de significações que o sustenta. Ao invés disso, o artista pretende dirigir nosso olhar para o objeto em questão, nele concentrando nossa atenção, desmentindo sua banalidade.

 

O espectador, ao olhar as telas de Niculitcheff, percebe imediatamente qual é o objeto representado (é um colchão, uma árvore, etc.), mas, ao mesmo tempo, uma questão se apresenta - saber qual é o significado dessa representação. E muito do vigor dessa dúvida vem justamente do isolamento em que a figura foi posta. Niculitcheff evidencia, assim, a distância existente entre olhar e ver, entre pousar os olhos e pensar com base no que se vê. É metáfora disso a distância ambígua entre as figuras e o fundo - próximos, sem dúvida, mas não se sabe o quanto. Reconhecimento e conhecimento não são idênticos, apesar de semelhantes. O artista aponta para o cerne do enigma existente mesmo nas coisas mais cotidianas, a centelha de mistério presente até mesmo naquilo destinado ao uso e ao descarte, a evocação de questões perenes vindas até mesmo de coisas passageiras, que logo se desfazem.

 

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