Tuneu
08-01-1948, São Paulo
A partir da metade da década de 1960, Tuneu produz desenhos em que aborda o tema da paisagem em termos alusivos, sem figuração explícita, em composições geometricamente organizadas, com um traço que pode ser aproximado ao do inglês David Hockney (1937). Como aponta o crítico Roberto Pontual, sente-se mais a paisagem como possibilidade do que como realidade flagrante: as montanhas e os caminhos são concebidos como sinuosidades, e constituem mais questões de forma do que alusões ao mundo exterior.
Posteriormente, as áreas chapadas de cor assumem uma importância maior em sua obra, e o artista passa a dedicar-se à pintura, constantemente relacionada com a criação sintética de paisagens entre o real e o imaginado. Tuneu afirma trabalhar o tempo todo com contrastes e harmonias, criando diferentes relações com o espaço. Em sua produção, a sugestão de movimento ou equilíbrio deriva diretamente do contraste entre campos distintos de cor.
Como nota o historiador da arte Tadeu Chiarelli, nas telas de Tuneu, as áreas geométricas se esforçam por romper com a dicotomia figura-fundo. Entretanto, em muitas obras, uma forma quadrangular parece querer fugir a essa regra, projetando-se como figura, para fora da área previamente demarcada. A sensação de movimento criada resgata, de maneira irônica, a tradição cinética do concretismo. A produção mais recente do artista apresenta ainda cores em tons muito rebaixados, que emprestam alusões difusas às áreas demarcadas, conferindo um ar de melancolia à certeza geométrica onde estão encerradas. Como aponta ainda Chiarelli, o artista faz parte de um grupo de artistas que une a tradição pictórica paulista dos anos 1930 e 1940 (de pintores como Rebolo, Bonadei e Volpi) à ruptura construtiva.
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